Eu tô farta de ver essa babação sobre o Ronaldo. Gosto do cara, de verdade, mas já tá meio over essa coisa de despedida e tal. Mas vou contar a minha historinha sobre o Ronaldo para encerrar o assunto.
A primeira vez que eu fui a Miami, há alguns anos, inventei de ir de ônibus de South Beach, onde estava hospedada até o Aventura Mall.
Claro que eu me perdi, tive que andar vários trechos a pé, mas estava feliz da vida pela aventura. Para voltar foi pior ainda. Era noite, choveu, me perdi. E aí saltei em uma área residencial, onde a entrada de pessoas simplórias como eu era proibida. Entrei num desses prédios metidos a chique e um negão 4x4 foi me dar um pito.
Fiquei com medo. Mas como o senso de sobrevivência e o cansaço da aventura eram grandes, expliquei que estava perdida e pedi para ele chamar um táxi para mim.
Enquanto eu esperava o táxi ele ficou na recepção do tal prédio, do lado de fora comigo. Claro que era para me vigiar.
Enfim, ele perguntou algumas coisas e quando eu disse que era do Brasil, o cara mudou, uma simpatia só. Primeiro me disse que achava que eu era americana (já viu, né? loira falando inglês).
Depois me disse que a seleção brasileira de futebol havia feito um jogo no país dele, o Haiti. Aí ele me fez a seguinte pergunta:
- Você é amiga do Ronaldo?
- Não
- Mas tipo assim, você vê ele na rua?
- (segurando o riso) Não. O Ronaldo também é bem famoso no Brasil então ele é mais reservado. E quando ele está no Brasil fica no Rio onde mora a família dele. Eu sou de São Paulo.
Achei o episódio engraçado. Peguei meu táxi, fui embora.
Anos depois, aconteceu de um belo sábado eu estar na minha academia. Essa academia é frequentada por muitos famosos, então sempre que aparece um por lá, ninguém mexe um músculo da cara.
Nesse dia, quando fui fazer o aquecimento, virei para o espelho e pelo reflexo lá estava ele, o Ronaldo. Eu tive que olhar duas vezes, nem acreditei. Até saí da academia para contar para o meu marido.
Pensei em contar a história do Haitiano em Miami para ele, mas me contive. Deixa o cara...
Nota curiosa: quando morei na Espanha soube que além do Ronaldo, outro jogador era bem querido por lá. Um tal de Ronaldo Bajito. Mas esse não era o Gaucho não. Levei dias para descobrir que o Ronaldo bajito era o Roberto Carlos.
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